domingo, 14 de fevereiro de 2016

SENDO SINCERO...SERÁ???

Costumeiramente, ao citarmos qualidades que admiramos nas pessoas elencamos a sinceridade como uma delas. Contudo, até que ponto estamos preparados para aceitar o outro como ele é e para ouvir e ponderar sobre o que o outro nos aponta?
Pensemos juntos: queremos estar rodeados de pessoas sinceras, que nos digam tudo, que não nos escondam nada, em quem possamos confiar e com quem também possamos ser assim… Lindo isso! Em teoria... Vamos combinar que na pratica isso não funciona bem assim.
Para alguns, Sinceridade é a arte de falar, sem restrições, sobre qualquer assunto, principalmente sobre assuntos que envolvem corpo, alma e coração.
Para o Dramaturgo irlandês Oscar Wilde (1854-1900) “Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal.”...
Fiodor Dostoievski, em sua obra Crime e Castigo, faz a seguinte citação: "Não há no mundo coisa mais difícil do que a sinceridade e mais fácil do que a lisonja"...
A sinceridade pura não é fácil de ser praticada. Até porque não é com qualquer um que você pode exercê-la. É de se espantar com a quantidade de pessoas que gabam-se por sua suposta sinceridade. Agem e falam com grosseria e falta de bom senso enquanto se auto-intitulam sinceras e francas, atribuindo a isso o fato de os outros se sentirem incomodados.
Sinceridade não confere a alguém o direito de dizer ao outro o que bem entende sem medir conseqüências, sem pensar no efeito que isso pode causar em quem está do outro lado.
Sempre associamos esta palavra com franqueza, lisura de caráter, ausência de falsidade. Mas o que significa realmente ser sincero? Será mesmo uma virtude ou algo que pode incomodar o outro?
Dizer tudo o que vem a cabeça não se define como sinceridade e sim como falta de bom senso. Recentemente o programa Fantástico da Rede Globo lançou um quadro de humor com Luiz Fernando Guimarães muito interessante, denominado o "Super sincero".
Nesse quadro o personagem é alguém que fala tudo que lhe vem a mente, sem a menor cautela, o que acaba lhe colocando em situações altamente constrangedoras e ao mesmo tempo engraçadas, pois afinal, o ser humano tem um comportamento muito engraçado.
Em uma dessas situações ele faz uma reflexão utilizando uma frase que acabou gerando um grande debate em todos os meios sociais: "Se não falo a verdade sou mentiroso, mas se sou sincero me chamam de grosso..." ou seja, as pessoas nascem, crescem e envelhecem, mas parece que continuam sempre engatinhando na questão das relações sociais
Essa frase acabou gerando uma reflexão. O que fazer então? É correto mentir para não magoar alguém? O que é mais importante então? Evitar mentir ou evitar causar conflitos e constrangimentos nos relacionamentos?
Dessa maneira, é fundamental estarmos atentos aos chamados "Excesso de sinceridade", que além de prejudicar frontalmente a harmonia dos relacionamentos, pode servir de camuflagem para intenções inferiores ocultas. Digam sempre a verdade, mas saibam como e quando dizer. acredito que a sinceridade é importante, mas há certos momentos em que o bom senso deve prevalecer. Saber como dizer uma verdade sem ser grosseiro, esse é o grande desafio de muitas pessoas, que às vezes chegam a ser extremistas: Para estas pessoas é mais ou menos assim: Ou 8 ou 80. Por isso relacionar-se algumas vezes é tão difícil.
Não é necessário mentir, mas é fundamental saber diferenciar "sinceridade" de "criticas destrutivas", "tentativas de controlar", ou ainda "maneira de chamar atenção". Sendo assim, se após uma análise perceber que não vai acrescentar em nada, mas sim ao contrário, não diga nada. Dessa maneira, como tudo que envolve a nossa existência, trata-se de mais um caso onde se deve aplicar a lei do equilíbrio perfeito. Ou seja, é fundamental ter o discernimento para saber como dizer algo que seja delicado, e também para evitar dizer esse algo, se julgar que pode de alguma maneira prejudicar o relacionamento, a auto estima ou a motivação da pessoa.
Cada um de nós define seu uso conforme a intenção e/ou amadurecimento, utilizando-a como meio de vínculo de confiança, de aprimoramento ou como arma – podendo ferir como tal.
A mentira é um padrão de comportamento que sem dúvida é um grande atraso para quem está trilhando o próprio desenvolvimento existencial, mas em contra partida, os relacionamentos são as principais ferramentas de evolução e desenvolvimento, o que os coloca em alto grau de importância.
Dessa maneira, como tudo que envolve a nossa existência, trata-se de mais um caso onde se deve aplicar a lei do equilíbrio perfeito. Ou seja, é fundamental ter o discernimento para saber como dizer algo que seja delicado, e também para evitar dizer esse algo, se julgar que pode de alguma maneira prejudicar o relacionamento, a auto estima ou a motivação da pessoa.
Ser sincero é falar francamente quando for solicitada a opinião ou num momento em que a verdade é decisiva, em alguns aspectos de qualquer relacionamento, seja amizade, trabalho ou romance e, principalmente não se contrariar pra agradar ninguém. É assumir seu ponto de vista, sustentar suas opiniões.
A sinceridade é, portanto, uma atitude de auto-análise, de exame de si mesmo. É também uma exigência para que você se reconheça como pessoa e para que saiba tanto dos seus limites como de suas potencialidades. Isso implica em um exercício de entrega ao outro, isso influencia o modo como você se mostra ao outro. Quer ser sincero? Diga para você mesmo, assim, “na lata”, quem você é!
A sinceridade é a qualidade daquele que busca e expressa a Verdade. É uma qualidade elevada, própria daqueles que sabem penetrar no pensamento do outro, na razão, no sentimento e na vontade que motiva o outro a agir da maneira como age, em diferentes circunstâncias, qualificando a pessoa sincera a diferenciar aquilo que será útil ser falado, daquilo que não. O sincero é antes de tudo, generoso, compassivo. Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro que não oculta, que não usa disfarces, malícia ou dissimulações.
Uma pessoa sincera, por mais humilde e simples, que não tem senão a verdade a dizer é olhado como o perturbador do prazer público. Evitam-na, porque não agrada; evita-se a verdade que anuncia porque é amarga; evita-se a sinceridade que professa, porque não dá frutos senão selvagens; temem-na porque revolta o orgulho que é a mais cara das paixões.
O principal, é que para sermos sinceros não precisamos magoar, pois podemos ponderar a melhor forma de dizer o que consideramos necessário. Obviamente, não há garantias de que o outro não se magoe, já que somos todos suscetíveis à tristeza e sabemos melhor que ninguém onde apertam nossos calos.

Um comentário:

  1. Devemos dizer a verdade calma e mansamente.
    Se não for pra ajudar e fazer com que o próximo progrida de que valerá ser sincero?
    Dizer algo que prejudique só por que é a verdade tem alguma serventia? Não. Na minha humilde opinião, melhor manter-se calado a causar um mal maior.

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